terça-feira, 19 de outubro de 2010

Medo da morte

O sorriso sincero, os dedos mexendo nos cabelos
O medo de abrir os olhos e ver que tudo sumiu
Os passos apressados
A luta contra o relógio
O tic tac pulsante de um coração que não se alegra mais
Os tempos de Paz
Agora de guerra
Já foram pra terra
Tarde demais
A vida perfeita
A hipocrisia
A janela fechada
A casa vazia
O filhos chorando
E ele emburrado
em um canto da sala
sem falar com ninguem
Não quer aceitar
acabou perdendo
quem mais importava
E a vida passou
E tudo mudou
Hoje aquele garoto agora é um avô
E quando partir ele vai se lembrar
Diz que está tudo bem
e pede a todos
Não precisam chorar!

James Stone Garden


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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cocaína

Tudo te empurra pra algum lugar
contra as rochas na praia
na contra-mão da estrada
Da escuridão eu vejo os olhos que um dia brilharam
Te condenando por voce não estar mais lá
por ter partido
ter deixado pra traz.

O tempo se encarrega de te levar ao pó
E o pó te deixa sem sono.
O efeito é todo em dominó
E te carrega pra longe daqui

Da escuridão eu vejo a dor
o medo
o amor
as mentiras.

O fardo que não podemos carregar
e a fina trilha de doces que leva em direção ao inferno.

James Stone Garden


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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Desconhecido

Eu sou a luz das estrelas apagadas pelo tempo
Sou todo o chão quando as pessoas pisam olhando o firmamento.
Sou uma fração de segundo tão pequena
dentro de cada momento

Nem exsito mas estou lá
como uma dor que incomoda
como uma felicidade inexistente
latente, latente.

Sou a luz em noite sem lua
Sou a vida que termina
que começa
que culmina.

Te fulmino mas me adianto
em passos largos
pra fugir de voce hoje
e no futuro te encontrar

Sou o medo de tudo o que conheço
e sou o desconhecido que não se tem mais preço.

James Stone Garden


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Desânimo

Eu tô desanimado...

Acho que a ultima vez que me senti animado foi quando comi sozinho pote de sorvete com sete anos de idade, daqueles de 2 kg...

Depois disso, não. Acho que não

O mundo é trágico...

Pq se fosse mágico a gente saberia que tem sempre um truque por tras da ilusão...

E no fundo a Ilusão é tudo culpa nossa...

Nos achamos espertos, nos achamos inteligentes,

mas no fundo nem mesmo sabemos nos encontrar, e vivemos em busca de nos mesmos em outras pessoas durante toda a vida!

Pois é...

Mas o legal do desânimo é que podemos ver a vida por um outro angulo,

Um angulo que não seja cegado por algum sentimento que te consome.

Mas saiba aproveitar bem esse momento.

Dura pouco...

Sempre achamos alguém, com um sentimento para nos consumir...

E vamos seguindo.


James Stone Garden


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Á sombra de uma Arvore

Ele olhava a foto no maldito monitor do computador, a era da digitalização não deteriorava os sorrisos das pessoas, e não deixavam as lembranças serem apenas lembranças em arquivos da memória do seu cérebro para serem puxadas.

Puxou um cigarro do maço amassado, estava molhado devido a chuva que havia tomado a poucas horas, a chuva escondia as suas lagrimas enquanto andava, mas no seu quarto escuro ele podia deixá-las descer sem medo.

Medo era a palavra chave em tudo, o medo de não dar certo, o medo de ser como antes, era vivo era real, as pessoas geralmente viviam em sonhos, ele não, o tempo de sonhar havia passado, o pesadelo havia começado e ele não sabia se um dia iria conseguir amar outra vez.

Outra vez passou na cabeça todos os momentos bons e ruins, pesou os prós e os contras e na verdade nãohaviam contras, ele não conseguia encontrar um motivo, nunca houve motivos, sua confusão era tão esclarecedora que não fazia sentido.

O sentido era o que tentava achar em pontos desconectados da realidade, se era real tinha de fazer sentido, se era real tinha que parecer palpável, mas as palmas de suas mãos calejadas de tanto agredir qualquer ferramenta de trabalho para esquecer o inevitável tinha acabado com ele.

Ele era apenas uma sombra agora sentada em um sofá, seus cabelos negros cobriam seu rosto, sua barba por fazer dava um tom de tristesa densa ao quadro que fora pintado, ele antes era cheio de luz, era o herói e em algum ponto da história se tornou o vilão.

Vilão de sua própria história apenas esperando o momento fatídico em que o herói o apunhalasse sentindo que o que faz é o certo, enquanto ele incompreendido mesmo não estando errado vai virar uma lembrança de triunfo na face do herói quando ele tombar, ferido, destruido, humilhado.

PARTE 2

Levantou-se, alguma coisa estava errada, ele não era assim, ele era o que era e sabia quem era, ele era o único, imcomparável, todo o potencial desperdiçado de uma vida cheia de tédio preencida por lacunas de promessas não cumpridas, preenchida por espaços solitários em sua propria mente inquieta, ele era.

Era uma vez, ou duas, na terceira ele pulou o capitulo, pegou a estrada e decidiu ir direto ao ponto da punhalada, precisava confrontar o "herói".

Aquele homem sorrindo por viver uma vida que era a sua, um sonho que era o seu não merecia ter o que tem, sentou-se de frente ao homem enquanto o mesmo tomava qualquer coisa em um banco de uma praça mau iluminada.

O cheiro de esterco e as vozes abafadas das pessoas ao longe denunciava que estavam sozinhos, ele estava oculto nas sombras de uma arvore, a contra luz, ninguem podia vê-lo, ficou paralizado ao imaginar que talvez algum dia alguem o tivesse observado também, no momento em que era feliz, e se perguntou o que estava fazendo alí, tanto ele quanto o homem longe de todos.

Então ela veio, alta, loira, bonita e casada com outro, como sua aliança denunciava. Abriu um sorriso para aquele homem e o abraçou, ele acompanhou a cena quando os dois entraram em um carro e os vidros embaçaram, aquele sujeito havia passado dos limites, era humano como todos os outros, era fraco, vulgar, sujo.

Ponderou por tempos que não valia a pena fazer nada, apenas deixaria rolar, teria sua vida de volta, esse tipo de coisa não ficaria escondida por muito tempo.

Sem fazer ruido algum deslizou pelas sombras até sua motocicleta e queimou o asfalto.

Voltou para seus aposentos, ligou o computador, a foto que não deteriorava e o cigarro ainda molhado estavam o esperando.

Sorriu ao pensar que todo mundo constroi seu próprio inferno, mas ninguem sabe onde está o seu céu.

Seu céu era um pedaço de pizza fria, um copo de café e inumeras possiblidades para um futuro ainda incerto, mas que com certeza lhe trariam seus sonhos de volta.


James Stone Garden


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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A PRINCESA DO LAGO

Era linda, era alva.
Seu sorriso era a relva
Era pura, era calma.
Seus cabelos eram selva.

Seu olhar era a lua
e a lua o seu estado
incapaz de odiar
e ser amada era seu fardo

Ora ela era ouro
Em seu estado mais puro
lapidada pelo tempo
que teimou deixar maduro

vira vento ventania
vera voz veloz sabia
era sempre sobre sina
que a vida então termina.

era ouro
era ela
era seu sorriso largo
era ouro
era ela
a minha princesa do lago.

James Stone Garden


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